Modelo com barriga inchada que lembra grávida mostra as diferenças entre o Instagram e a vida real

A modelo Aaeva Andersson foi à sua rede social pessoal para compartilhar imagens sobre a realidade de ter um 'corpo perfeito de modelo' [Foto: Caters]
A modelo Aaeva Andersson foi à sua rede social pessoal para compartilhar imagens sobre a realidade de ter um 'corpo perfeito de modelo' [Foto: Caters]

Um modelo com inchaço abdominal que muitas vezes faz com que ela pareça estar grávida usou sua conta pessoal em rede social para falar sobre as diferenças entre o Instagram e a realidade quando se trata de ter o chamado corpo "perfeito".

Depois de anos sendo discriminada por causa de sua altura e tamanho, Aeva Andersson, 19 anos, do condado de Donegal, Irlanda, finalmente se tornou uma modelo, no ano passado.

Agora, a adolescente espera quebrar os estereótipos da indústria e compartilhou uma série de fotos e vídeos para provar a todos como o "corpo de modelo" pode ser normal e que até mesmo modelos têm "dias ruins".

"Eu quero usar as redes sociais do meu próprio jeito, não apenas postando fotos profissionais de modelo, mas mostrando meu lado real também", disse ela.

Aeva revelou que sua barriga, às vezes inchada, pode fazê-la parecer grávida [Foto: Caters]
Aeva revelou que sua barriga, às vezes inchada, pode fazê-la parecer grávida [Foto: Caters]

Com 1,85 m de altura e vestindo 46, Aeva teve que lutar para ser aceita na indústria da moda e já foi considerada "plus size" por causa do seu corpo.

"Eu ainda sou discriminada diariamente pela minha altura e tamanho, mas onsegui realizar meu sonho de me tornar uma modelo - então eu quero que as pessoas saibam que modelos não são apenas meninas altas que vestem tamanho 0", explica ela.

"Eu não quero que meninas mais novas me vejam como um exemplo de garota alta e magra que não tira uma foto ruim, o que não é verdade, já fui discriminada por não ser magra e por ser muito alta.”

"Então, quero compartilhar a realidade e ao invés de escondê-la mostrando apenas os dias bons", diz ela.

Apesar de agora ter a confiança de expor sua barriga ‘inchada’ nas redes sociais, Aeva explica que isso já foi sua maior insegurança.

"A minha barriga inchada costumava ser uma enorme insegurança para mim quando eu era mais nova", revela ela.

"Tudo o que eu queria era me tornar uma modelo e, portanto, queria ter uma barriga chapada, estereotipada.”

"Como eu já tinha sido rotulada como “plus size”, eu tentava ao máximo cuidar do que estava comendo para minimizar o inchaço, mas agora aprendi a amar essa característica em mim."

Aeva trabalha como modelo de passarela [Foto: Caters]
Aeva trabalha como modelo de passarela [Foto: Caters]

E agora que ela superou suas inseguranças, a modelo quer ajudar os outros a fazer o mesmo e está trabalhando com a organização Modelos da Diversidade para ajudar a quebrar os estereótipos de beleza.

"Eu gosto de fazer as pessoas se sentirem bem e rirem - o humor é o que me fez suportar a rejeição e a tortura mental de tentar ser uma modelo, então, como embaixadora, meu objetivo é ser compreensível, verdadeira e inspiradora.”

"Eu achei que uma modelo mostrando sua barriga de 'grávida' seria uma maneira eficaz de fazer isso."

Desde que postou a representação "real" de si mesma nas redes sociais, a modelo recebeu uma reação extremamente positiva à “rara” postagem.

"A postagem recebeu alguns comentários positivos e de apoio, mas posso imaginar que algumas pessoas acharam que eu era louca de me expor dessa maneira", diz ela.

"Acho que isso prova que é necessário que haja mais desse tipo de postagens nas redes sociais."

Aeva quer encorajar os outros a revelarem a realidade por trás das mídias sociais [Foto: Caters]
Aeva quer encorajar os outros a revelarem a realidade por trás das mídias sociais [Foto: Caters]

Aeva agora espera que outras pessoas façam o mesmo e compartilhem suas próprias realidades com as versões reais de si mesmas nas redes sociais.

"O Instagram é cheio de pessoas postando a versão mais perfeita de si possível - tentando se encaixar no estereótipo, apenas mostrando as fotos com ângulos bons, editadas, que lhes proporcionam coxas delineadas e cintura fina", diz ela.

"A pressão e as torturas mentais que as meninas passam para chegarem ao topo e se tornarem modelos, é de partir o coração.”

"Crescer sem aceitar e amar o meu corpo me fez aprender a não ser tão impiedosa comigo mesma quando me sinto inchada.”

"As pessoas ficam tão preocupadas em criar feeds perfeitos de rede social - mas a vida é muito curta pra isso!"

Não é a primeira vez que uma modelo desabafa sobre a diversidade dentro da indústria da moda.

No início deste ano, uma mulher com vitiligo revelou que ela havia se tornado modelo depois que pessoas a acusaram de "tentar ser branca" devido à sua condição.

E em fevereiro, uma modelo australiana de lingerie foi ao Instagram para mostrar o quão dramaticamente seu corpo mudou ao longo de três anos e criticou a indústria da publicidade por sua obsessão com o corpo ‘magro’.”

Outra modelo também falou sobre o impacto que o inchaço pode ter nos chamados corpos de modelo. A designer de biquíni australiana Karina Irby foi às redes sociais para mostrar a realidade por trás do que se pode considerar o clique 'perfeito' para o Instagram.

Compartilhando duas fotos suas, Karina abraçou sua barriga inchada como se fosse uma barriga de grávida na esperança de que isso ajudasse a "normalizar o inchaço em qualquer corpo".